Obras na Av. Rio Branco devem ser finalizadas em julho

As obras de acessibilidade e reestruturação da avenida Rio Branco, bairro de Cidade Alta na zona Leste, devem ser concluídas na primeira quinzena de julho. Os trabalhos foram iniciados em 26 de abril do ano passado pela Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU), com investimento em torno de R$ R$1,1 milhão, valor que precisou de adequação ao longo das obras.  Segundo Newton Filho, diretor de planejamento da Secretaria, 80% do total já foi executado.

De acordo com o diretor, a obra de requalificação viária conseguiu atender as necessidades de todos os modos de transporte: pedestres, ciclistas, motoristas individuais e transporte público. Newton também estima que o valor inicial do investimento (R$951.365,4) deve passar por um reajuste, ficando em torno de R$1,1 milhão, devido a uma adequação de execução que ocorreu na reta final da obra. A sobreposição de camadas de asfalto encontradas, por exemplo, resultou em um aumento no custo de demolição.


O diretor explica que obra consiste na mudança do conceito viário da avenida Rio Branco e seu entorno, para um planejamento proposto pela gestão atual da Prefeitura do Natal. “A Prefeitura vem trabalhando de uma forma diferente ao longo dos anos, com a ideia de cidade para as pessoas. Devolver a cidade para as pessoas significa requalificar os espaços urbanos com melhoria das calçadas e no mobiliário urbano como bancos, lixeiras, instalação de ciclovias e estacionamento”, pontua.


Com ampliação de calçadas, ciclovia e área de estacionamento, uma das faixas de rolamento foi reduzida durante a operação. A STTU informou que a readequação do espaço físico e os estudos realizados pela equipe técnica permitiram uma redistribuição da malha viária resultando em duas faixas de circulação de veículos e um corredor de transporte público. O projeto também prevê a arborização da Rio Branco com acessibilidade, substituição do pavimento por placas de concreto e novas paradas de ônibus para a população. 


“Podemos dizer que a Rio Branco será um via completa. Transformamos uma faixa que era do  transporte público para incluir a ciclovia e devolver o estacionamento. A avenida atende todos os patamares de deslocamento previstos na Lei Nacional de Mobilidade e devolve um espaço onde as pessoas vão se sentir convidadas a caminhar, entrar nas lojas e movimentar a região”, explica Newton.


A gestão municipal deve avançar nos projetos das avenidas Ulisses Caldas e Câmara Cascudo, antiga Junqueira Aires, que fazem parte do convênio de requalificação do Centro Histórico com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Essas ações são parte do projeto de reestruturação do centro da cidade do Natal.


Sobre a redução de uma das faixas de rolamento, Newton Filho enfatiza que não há nenhuma perda para a circulação de veículos. “Na verdade, os motoristas vão ganhar uma área para estacionamento que não existia. A sensação de perda é momentânea em função da obra em si. Além disso, nossos projetos atuais visam priorizar pedestres, ciclistas e transporte público. Essa intervenção prioriza os quatros modos”, finaliza.


Lojistas esperam aumento de fluxo

Para Edson Araújo, gerente da loja Universo das Capas, as obras são uma dificuldade diária mas é preciso ter paciência. Atualmente, o serviço está em frente à loja e afetou o movimento com queda de 60% nas vendas de março para abril. “Temos que pensar que vai passar. Hoje em dia, a Cidade está parada, mas pode ser que essa obra melhore o fluxo por aqui. Pensando nos pedestres, a obra é vantajosa porque não vai mais competir com ciclistas. Antes tinha muito perigo de acidente e já presenciamos casos de atropelamento. Tem tudo para melhorar”, diz.


Já Elza Costa, chefe de vendas da Unilojas, acredita que as obras não influenciaram no movimento. “As vendas da Cidade já tem caído há muito tempo, entende? Você tira pela quantidade de lojas que fecharam . No meu ponto de vista não prejudicou e acredito que venha para melhorar porque ruim já estava”, comenta. Elza acredita que um aspecto que precisa ser melhorado na região, não previsto no projeto, diz respeito ao abandono de algumas fachadas de lojas.


A população que visita e compra na região também considera a obra como algo positivo. Dona Jacina Cabral, 61 anos, esperava seu ônibus na nova parada em frente à loja Cattan. “Passo aqui diariamente para compras, minha referência é a Rio Branco. Acho que melhorou muito até a parada, é uma estrutura melhor para quem é pedestre”, comenta. Do mesmo modo, Pamela Araújo esteve na Cidade ajudar sua mãe com algumas compras. A jovem estudante comenta que o novo calçamento já fez diferença. “Antes era só buraco por aqui, precisava de uma melhoria. As paradas de ônibus também eram bem precárias”.


Seu Antônio, 54 anos, trabalha na Banca Shop, em frente ao espaço anteriormente ocupado pela C&A. “Quando a obra passa, a vida continua. O movimento aqui caiu muito mas não foi por causa disso. Mesmo antes da pandemia, já sentíamos que a Cidade estava perdendo força. Os mais novos só vão para o shopping e não acho que uma calcada nova vai atrair muita gente”.


Milena Patrícia, gerente da Zmake, uma loja de artigos de beleza, comenta que quando as obras estavam perto da loja foi sentida uma queda de 20% a 30% nas vendas, mas agora já voltaram ao patamar normal. Para ela, o mais importante é incentivar uma maior circulação de pessoas no local, que ainda sofre com os efeitos da pandemia e crise econômica. 

FONTE: TRIBUNA DO NORTE

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