Funcionário é libertado após 5 horas como refém de adolescentes infratores em centro socioeducativo na Grande Natal

Educador foi feito refém às 14h e libertado por volta das 19h após negociação. Ele não teve ferimentos.

Adolescentes infratores fizeram um funcionário refém no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Pitimbu, localizado em Parnamirim, na Grande Natal, na tarde desta quarta-feira (24). O local era conhecido antes como Ceduc.

O funcionário foi libertado, sem ferimentos, depois de negociação entre agentes educadores, policiais militares e os adolescentes após quase 5 horas como refém. Ele ficou das 14h às 19h refém dos adolescentes.

De acordo com o presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fundase/RN), Herculano Campos, o motim foi realizado por quatro internos inicialmente. Dois deles depois deixaram a ação e os outros dois permaneceram.

Eles renderam o funcionário, que é um educador, com hastes de antenas de uma televisão, que se tornou um objeto parecido a um facão, mas que “não tinha capacidade de força perfurante”, segundo o presidente da Fundase.

Segundo o capitão Flávio Peixoto, negociador da Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas (Rocam), os adolescentes fizeram algumas reinvindicações e a partir daí houve uma negociação.

“Algumas não foram atendidas, claro, como alguns que queriam ser liberados para fuga. Isso a gente não permite, óbvio. Pediram contato com os familiares pra salvaguardar a integridade física deles, e também o contato com a imprensa”, explicou.

“Nós fomos gradativamente conversando e conseguimos obter êxito com a negociação e a libertação do agente educador sem ferimento, ileso, bem como dos adolescentes infratores”.

‘Não há maus-tratos’

O presidente da Fundase negou ainda que haja qualquer tratamento com maus-tratos aos adolescentes na unidade. “Em geral, esse tipo de acusação é a moeda de troca que eles jogam pra se fazerem de vítima. A gente não trabalha com maus-tratos de adolescente”, afirmou.

Ele pontua, no entanto, que é preciso lembrar que os adolescentes fazem parte muitas vezes de grupos criminosos.

“Lidamos com pessoas muitas das quais são articuladas com facções do crime organizado. Mas nós temos por princípio trabalhar com a segurança socioeducativa. Nós rechaçamos qualquer acusação de maus-tratos com os meninos”, pontuou.

O Corpo de Bombeiros também foi acionado e a equipe da corporação chegou a entrar na unidade. Houve relato de fogo na parte interna durante o motim.

Ação recente

Em julho deste ano, outra ação foi registrada no Case Pitimbu. Adolescentes de duas facções rivais entraram em conflito entre si, queimaram colchões e quebraram celas no Case Pitimbu durante um princípio de rebelião.

O movimento foi controlado apenas na conversa com os policiais. Não houve feridos, reféns e nem fugas registradas.

FONTE: G1/RN

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