Envolvido em denúncias de assédio a uma funcionária da CBF, o presidente afastado Rogério Caboclo foi convocado a depor na Câmara dos Deputados.
O requerimento é assinado por três deputados e visa pedir esclarecimentos sobre o ocorrido na entidade. Assinam os parlamentares Tereza Nelma (PSDB-AL), Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL) e Celina Leão (PP-DF).
Uma audiência pública ainda será agendada para que o caso seja debatido.
Afastado temporariamente
A diretoria da CBF prorrogou, por meio de uma resolução, o afastamento de Rogério Caboclo da presidência por até 60 dias. A medida foi tomada em uma reunião que terminou na noite de ontem (1º). O prazo foi dado para dar tempo suficiente para que a comissão de ética do futebol brasileiro analise o processo no qual o dirigente é denunciado por assédio moral e sexual contra uma funcionária. Caboclo nega que tenha cometido crime.
Se a comissão de ética tomar uma decisão antes, o afastamento provisório não precisará durar os 60 dias estipulados. Caboclo já estava fora do cargo desde o dia 6 de junho, após medida de tirá-lo compulsoriamente, inicialmente por 30 dias.
A reunião inicialmente aconteceria hoje (2), mas foi adiantada. A ação dos diretores é inédita e foi antecipada pelo UOL Esporte.
A diretoria da CBF espera que a sentença da comissão de ética em relação a Caboclo seja condenando o presidente afastado e recomendando a saída definitiva dele do cargo. A partir disso, a assembleia geral da entidade, composta pelas 27 federações, será convocada para validar ou não o afastamento. É preciso 21 dos 27 votos das federações para confirmar a destituição do dirigente.
Briga política
Caboclo não desiste e se mantém ativo nos bastidores na tentativa de angariar apoio para voltar ao poder. A tentativa de convencer as federações é constante. A defesa dele chegou a protocolar uma petição na comissão de ética tentando revogar o afastamento temporário inicial. Mas com a manobra da diretoria, as mãos dos advogados de Caboclo parecem ficar mais atadas em relação a esse movimento.
Ao mesmo tempo, há um trabalho visando à decisão do mérito e o envio da defesa final de Rogério ao órgão que apura o desvio de ética. A comissão de ética já estava se preparando para prorrogar o afastamento compulsório de Rogério Caboclo.
Rogério Caboclo, no meio disso tudo, acusa o ex-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de arquitetar o plano para tirá-lo da função e retomar o poder no futebol brasileiro. Del Nero nega.
FONTE: UOL