Há menos de duas semanas no clube, Jaelson Marcelino exalta vitória da Águia de Ceará-Mirim e destaca que jogadores se entregaram “de corpo e alma” para fazer história
Nem nos melhores sonhos Jaelson Marcelino imaginava tudo que viveu na noite de quarta-feira (3). Nem ele, nem a maioria da torcida do Globo FC. Pela primeira vez na história, o clube de Ceará-Mirim avançou para a segunda fase da Copa do Brasil. E não foi uma classificação “qualquer”. Foi uma “senhora” classificação, com direito a uma vitória por 2 a 0 sobre o Internacional, gigante que dispensa apresentações.
Antes do jogo, o treinador pregava respeito ao adversário, assim como tinha que ser, e lembrava das dificuldades encontradas no Globo, ao qual se apresentou no último dia 21. Dois dias depois, na estreia, uma derrota por 4 a 0 para o ABC, no Barretão. Sem tempo para lamentar, conseguiu a recuperação no estadual com uma vitória sobre o Força e Luz, e voltou as atenções para o jogo do ano, contra o Inter. Sabia que valia muito: R$ 750 mil. Valia mais: o nome na história.
– Nós sabíamos que ia ser muito difícil, mas sabíamos também que o Internacional não vinha num bom momento. Os jogadores se entregaram de corpo e alma. Foi o jogo da vida. Era um jogo que sabíamos que, se ganhássemos, seria bom para todo mundo. Até agora não caiu a ficha ainda – comentou Jaelson.
– Eu estou achando que é um sonho. Estou realizado, graças a Deus – completou.
Na entrevista coletiva, o treinador citou que passou por “momentos difíceis na carreira” e que chegou ao Globo após passagem ruim pelo Atlético-PB – três derrotas em três partidas. Contou ainda a curiosidade que ele também nunca havia conseguido avançar para a segunda fase da Copa do Brasil, nem mesmo quando era jogador.
– Joguei várias Copas do Brasil, fui jogador por 22 anos, e nunca tinha passado de fase. Ficamos na história do clube, do estado – falou Jaelson, que defendeu clubes como ASA, CSA, Botafogo-PB, Sergipe e Coruripe como atleta.
O comandante da Águia de Ceará-Mirim reforçou a bravura dos atletas na vitória de quarta-feira. Como foram apenas 11 dias de trabalhos no clube, tudo teve que se resolver na conversa.
– Passamos a importância do jogo. Sabíamos que podia ficar marcada tanto a parte negativa como a positiva. Graças a Deus, foi positiva. Os jogadores compraram a ideia desde que eu e a comissão técnica chegamos aqui. A gente está feliz por ter marcado nosso nome na história do Globo – comentou.
Sobre o favoritismo do Inter, que era evidente, mas que não se concretizou (mesmo com a vantagem do empate), Jaelson destacou que tentou blindar o grupo do Globo de qualquer comentário nocivo nos últimos dias. A resposta veio em campo.
– A gente escuta muita conversa nos programas, mas a gente não liga para isso. Passamos para os jogadores que o time pode ter mais estrutura, mais dinheiro, só não podia ter mais vontade que a gente. Os jogadores se entregaram mesmo. Este jogo vai ficar marcado nas nossas vidas – finalizou.
O Globo vai enfrentar o Brasiliense na segunda fase da Copa do Brasil. O confronto será disputado novamente no Barretão, em data a ser definida.
FONTE: GE/RN
