Preço do petróleo sobe 41% em 2021 e atinge recorde em 2 anos

Os contratos futuros do petróleo Brent (referência do Mar do Norte, na costa do Reino Unido) fecharam na 4ª feira (16.jun.2021) em US$ 74,39 por barril. É o valor mais alto desde 24 de abril de 2019 (US$ 74,57), segundo a tabulação do Investing. 

Na 6ª feira (18.jun.2021), o preço do petróleo baixou para US 73,19. A queda frente a 4ª feira foi depois do anúncio do FED (Federal Reserve System), o equivalente ao Banco Central brasileiro, sobre o aumento da taxa de juros em 2023, antes do esperado pelo mercado financeiro. 

A expectativa frustrada foi um dos motivos que elevou a cotação do dólar, pressionando o preço de petróleo a cair. 

Depois de ter caído 21,5% em 2020, o preço cresceu 41,3% em 2021 até a 6ª feira. A alta reflete a retomada econômica pós-vacinação. 

André Braz, economista e coordenador do núcleo de preços ao consumidor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), afirma que a alta do valor do petróleo é efeito do aquecimento da economia com o fim dos isolamentos e com os estímulos econômicos. 

“É a lei da oferta e da procura. Você tem uma demanda maior, desse mundo que busca a retomada, principalmente no mundo mais avançado na vacinação”, diz Braz. 

O preço do petróleo despencou em março e em abril. E voltou a se recuperar no 2º semestre. A partir do começo da vacinação nos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Reino Unido, o petróleo começou a retomar o patamar pré-pandemia. 

Com a volta à normalidade e incentivos fiscais, a atividade econômica aumentou, puxando o preço das commodities para cima –assim como o do petróleo. 

Braz afirma que os valores devem continuar em um patamar alto pelos próximos meses. “Se a tendência das economias é aquecer, esse aquecimento dura algum período”, diz. 

“Todo país que prevê um crescimento do PIB, como nós [Brasil] prevemos, está sujeito a um aumento de custo dessas matérias-primas e isso pode trazer mais inflação”, afirma. 

Preços da Petrobras acompanham movimento 

A política de preços da estatal está atrelada aos mercados internacionais. Em 2020, o preço médio da gasolina nas refinarias caiu 4,2% e o do diesel 13,7%. Em 2021, já subiu 37,5% e 34,2%, respectivamente, até 6ª feira (18.jun.2021). 

A Petrobras procura fazer reajustes nos preços quando o movimento do mercado internacional aparenta ser temporário. “Quando ela percebe que é uma alta que não vai se sustentar, ela descarta aquele movimento. Tudo para diminuir a volatilidade da inflação brasileira”, afirma Braz, 

Nos 12 meses até maio de 2021, os preços dos combustíveis no Brasil cresceram 47,49%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Eis a íntegra (355 KB). 

“O combustível tem um peso enorme aqui no Brasil”, afirma Braz. Os combustíveis comprometem o custo de vida das famílias e o custo de produção das indústrias, comércio e serviços. 

A média nacional do barril de gasolina custa US$ 178,35, segundo dado da Global Petrol Prices de 2ª feira (14.jun.2021). O valor coloca o Brasil na 89ª posição no ranking de países com o combustível mais caro. 

A média nacional do diesel vale US$ 141,15 e coloca o país na 114ª posição. 

FONTE: PODER360 

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