Pela primeira vez, contrato de expansão de gasodutos da Potigás é gerenciado por uma mulher

Se já é difícil para a mulher se firmar e ascender no mercado de trabalho brasileiro, as áreas em que predomina a presença masculina são ainda mais desafiadoras. A engenheira civil Natássia Melissa, de 29 anos, é a atual gerente do contrato de prestação do serviço de construção e montagem dos dutos da Companhia Potiguar de Gás (Potigás) e percorreu esse árduo caminho. Ela é primeira mulher a desempenhar esse papel.

Com o curso tecnólogo em Design de Interiores, ela iniciou a carreira como projetista em 2011 em contratos anteriores da Potigás. Foi daí que surgiu a vontade de cursar Engenharia Civil. A graduação durou de 2013 a 2017 e a gerência atual do contrato iniciou em agosto do ano passado. Natássia Melissa passou por diversas funções como a área técnica e planejamento, o que lhe rendeu vários episódios em que pôde sentir na pele o machismo que ainda existe no mercado de trabalho.

“Nessa área, tenho que lidar com muitos homens e muitos deles ainda ficam constrangidos de receber ordens de uma mulher. Cansei de passar por situações de insubordinação que eu tenho certeza que se fosse um homem, não passaria por isso”, relata.

“Lembro especificamente de um episódio em que solicitei uma recontagem de estoque e a pessoa ficou com tanta raiva que falou coisas horríveis para mim. É uma situação complicada que só mostra que o machismo ainda impera na nossa sociedade”, completa a engenheira.

Segundo os dados constantes no cadastro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea/RN), somente 14,63% dos profissionais com registro ativo no órgão são mulheres.

Para as mulheres que ainda têm esse percurso a seguir, Natássia Melissa aconselha a não desistir diante de tantas dificuldades. “Nosso esforço não é em vão. O mundo vem mudando, devagar, mas vem mudando. Devemos nos preparar e estarmos prontas para assumirmos postos cada vez mais altos, assim como aconteceu comigo”, afirma a engenheira.

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