Estudantes participam de soltura de mais de 150 filhotes de tartaruga no litoral potiguar

O médico veterinário e professor da UNINASSAU Natal, Alberto Luiz de Andrade, esclareceu que a soltura foi acompanhada pelos alunos, porém sem que fosse realizada nenhum tipo de interferência humana. “É importante para os filhotes caminharem pela areia antes de chegar ao mar, para aprenderem o caminho por meio desse contato. É o que chamamos de ‘imprinting’, e o que faz com que as tartarugas adultas voltem para esta mesma praia para depositarem os seus ovos e darem continuidade a todo ciclo de vida da espécie”, explica o professor.

Os ninhos das tartarugas são monitorados constantemente, desde o momento da postura dos ovos até o nascimento dos filhotes. De acordo com Isadora Barreto, bióloga e coordenadora da APC Cabo de São Roque, foram registrados mais de 180 ninhos dessas espécies de tartarugas na região das praias dos municípios de Maxaranguape e Ceará Mirim nesta temporada reprodutiva de 2021/22. “Foi um prazer poder dividir este momento com os alunos da UNINASSAU, que poderão atuar na área e auxiliar futuramente nas nossas atividades. Fico honrada em apresentar a área da conservação das tartarugas marinhas como uma fonte de aprendizado”, comenta a bióloga.

Para uma das alunas que participaram da ação, Janaína Cavalcanti, a emoção de toda a experiência foi muito maior do que o esperado. “Participar de toda a ação junto à APC foi de extrema importância. Além da soltura dos filhotes, que já trouxe diversas emoções à tona, tivemos um momento de explicações sobre a importância do trabalho que eles fazem e também de conscientização ambiental, auxiliando na limpeza da praia. Foi um dia de muitas emoções e aprendizado”, relata a estudante do 7º período de Medicina Veterinária da UNINASSAU Natal.

O projeto trabalha na proteção, conservação e pesquisa desses animais ameaçados de extinção há cerca de cinco anos. Por temporada, de novembro a junho, aproximadamente 18 mil filhotes são soltos no mar. De mil filhotes que nascem, apenas um ou dois chegam à fase adulta. Por isso, a importância do monitoramento e preservação da espécie. “Nosso estado é um dos maiores berçários naturais para a tartaruga-de-pente, espécie ameaçada de extinção e que precisa urgentemente dos nossos cuidados e proteção. Desenvolvemos nosso trabalho de forma totalmente voluntária, então poder contar com o interesse e disponibilidade dos alunos para possíveis atividades em conjunto, como estágios educativos e projetos de extensão para conservação do ambiente marinho, é excelente”, finaliza a coordenadora da APC Cabo de São Roque.

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