Covid-19: com mortalidade em alta, Brasil fecha hoje a pior semana da pandemia

O Brasil encerra hoje a semana epidemiológica 12, que tem tudo para ser a pior desde o início da crise sanitária causada pelo novo coronavírus. A expectativa é de que supere o índice de mortalidade da anterior, que mantém o recorde de registros de óbitos semanais pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Do último domingo até ontem, o país acrescentou mais 14.360 vidas perdidas ao sistema de registro, enquanto, no fechamento da semana epidemiológica 11, o total foi de 15.650 —, para ultrapassar esse número bastam 1.291 novos registros, número bem inferior à média móvel de mortes atual. 

Somente ontem, mais 3.650 mortes foram registradas ao sistema nacional. O número é o maior já atingido pelo país durante a pandemia. Além disso, o balanço nacional ganhou a confirmação de 84.245 infecções e acumula 12.404.414 diagnósticos positivos. 

Com o ritmo acelerado também em relação aos casos, o Brasil caminha na direção do recorde semanal de novas infecções para a doença. Para igualar aos 510.901 registros da semana 11, é necessário o acréscimo de mais 56.946 confirmações. Caso o país registre, hoje, a média móvel de casos atual de 76.146 infecções, já ultrapassa os registros da última semana. 

No boletim Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado ontem, os pesquisadores alertam para um aumento drástico de casos na população entre 30 e 59 anos, o que sugere um deslocamento de faixa etária da pandemia. Com o início da segunda onda, o relatório indica um aumento de pacientes jovens com sintomas recorrendo aos serviços de saúde. 

“Por se tratar de população com menos comorbidades — e, portanto, com evolução mais lenta dos casos graves e fatais —, demanda frequentemente uma permanência por maior tempo em internação em terapia intensiva”, alerta a Fiocruz. 

Na comparação da semana 1 de 2021 com a semana 10, o boletim verificou aumento de casos em 316,88%. “No entanto, ao analisar as faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos, os pesquisadores observaram um aumento de infecções de, respectivamente, 565,08%, 626% e 525,93%”, salienta o documento. Diante do cenário, os pesquisadores indicam a combinação de lockdown com medidas de mitigação, como uso de máscaras, distanciamento social e fiscalização dos decretos locais. 

Sem medicamentos 

Para piorar a situação da crise sanitária brasileira, medicamentos para intubação de pacientes com covid-19 podem faltar em 1.316 municípios já nos próximos dias. O levantamento é da Confederação Nacional de Municípios (CNM), cujo levantamento foi feito com 2,6 mil prefeituras entre 23 e 25 de março. Segundo a entidade, sem uma ação de socorro, 50,4% das cidades não conseguirão manter o atendimento aos pacientes em estado grave. 

A sondagem constatou, ainda, que, em 709 municípios, há o risco de falta de oxigênio. Segundo a CNM, a maioria (69,1%) dos gestores locais afirmou não ter problemas com a falta do insumo esta semana. Porém, desses, 231 disseraram ter recebido o elemento do governo estadual. 

A supervisora da área técnica da saúde da CNM, Carla Albert, relatou que, em mais da metade dos municípios, os hospitais de referência estão em risco iminente. “O Ministério da Saúde noticiou que vai enviar medicamentos, mas o que estamos vendo é que o quantitativo que a pasta repassaria não é suficiente para atender à demanda. É o reflexo da situação-limite que estão enfrentando para garantir atendimento”, observou. 

A pesquisa salientou, também, que a minoria dos municípios (37,6%) informou que aderiu ao lockdown, com fechamento total das atividades não essenciais. Os outros 61,1% afirmaram que ainda não fizeram o procedimento, mas adotaram o toque de recolher: 2.127 prefeituras, que representam 81,5% das cidades consultadas. 

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE  

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