O América é o grande campeão da Série D. A equipe potiguar depois de passar cinco anos patinando dentro da competição, deixa a quarta divisão do futebol nacional com a cabeça erguida após a primeira conquista de um título nacional. Depois de abrir uma boa vantagem sobre o Pouso Alegre, o Alvirrubro foi ao estádio Manduzão, controlou a partida do começo ao fim, mas acabou surpreendido com um gol nos acréscimos do time mineiro, marcado por Victor Pereira, porém a derrota por 1 a 0 não foi suficiente para manchar a excelente campanha dos potiguares e nem mudar o destino do troféu.
Ele foi o clube que mais somou pontos na classificação geral e a saga deixou o ano de 2022 para sempre marcado na centenária história alvirrubra. O título era a cereja que faltava para a festa ser completa. Ele veio com o empate por 0 a 0 e deixou como consolo para o time mineiro, o fato de não ter perdido para ninguém atuando como mandante.
Sob os gritos de “eu acredito” do bom número de torcedores que se fez presente ao estádio, o Pouso Alegre iniciou a partida buscando pressionar o América, que embora com dificuldades para sair da defesa, conseguiu controlar as tentativas de investidas da equipe local. A receita era a mesma aplicada diante do São Bernardo, a intenção era tirar a velocidade do jogo e impedir que o ambiente fosse “inceiado”.
Passados os instantes iniciais, não só o América conseguiu sanar a pressão, quanto equilibrou as ações dentro de campo e se arriscou no ataque, mostrando aos donos da casa que a qualquer momento poderia complicar ainda mais a tarefa do rubro-negro, que foi a campo com a missão de tirar uma desvantagem de dois gols de diferença. Aos 14 minutos, Allef tabelou com Wallace Pernambucano, entrou de cara com o goleiro, tocou, mas viu Edson Mardden realizar uma grande defesa e impedir o primeiro gol.
Visivelmente incomodados com a postura dos potiguares dentro de campo, que se aproveitavam dos menores vacilos dos atletas rubro-negros para chegar com perigo no ataque, o Pouso Alegre se desorganizou e muitas vezes recorria aos chutões na tentativa de fazer a ligação rápida entre a defesa e o ataque, o que facilitava ainda mais a situação para o Alvirrubro..
Insatisfeito com o rendimento ofensivo de sua equipe, o treinador mineiro Paulo Roberto tratou de modificar a estrutura montada ainda no primeiro tempo. Ele colocou Michel Paulista no lugar de Matheus Roldan. A intenção era dar mais força e velocidade ao meio-campo do Pouso Alegre, que estava levando flagrante desvantagem na disputa com o americano. O goleiro Bruno Pianissolla foi um mero expectador em campo durante os primeiros 45 minutos, devido a completa ineficácia do adversário em termos ofensivos.
O segundo tempo começou sem modificação no quadro da partida. Perdidos em meio a forte marcação americana, os jogadores mineiros insistiam nos chutões da defesa para o ataque, na tentativa de chegar mais perto do gol. Só que as jogadas eram facilmente interceptadas pelos defensores potiguares, que conseguiam manter os adversários longe de sua área.
À medida que o tempo avançava, a pressão aumentava sobre os donos da casa e a torcida, percebendo que a tarefa estava entrando para o rol de tarefas impossíveis, se mantinha fria na arquibancada. Para quem necessitava vencer por dois gols de diferença, o Pouso Alegre se comportava muito mal. Eles tanto erravam na construção quanto nas conclusões das jogadas.
Assim como na etapa inicial, o América voltou a ter uma boa oportunidade, mas parou em outra boa intervenção de Mardden. Após um escanteio, a bola sobrou para Elvinho que, de fora da área, mandou um balaço que o goleiro teve de se virar para defender e segurar o 0 a 0, aos 24 minutos.
Na única vez que acertou a jogada completa, o Pouso Alegre chegou ao gol nos acréscimos, quando já não restava mais tempo para promover o milagre. No primeiro lance, Michel Paulista arriscou de fora da área e Bruno fez uma boa intervenção, a primeira no jogo, mandando para escanteio. No complemento do lance, a bola foi erguida na área e Victor Pereira subiu para mandar a bola para o fundo da rede.
Com 1 a 0 no placar, os mineiros tentaram um sprint final, atrás de um milagre, mas não conseguiram modificar mais o destino traçado com a derrota por 2 a 0 no primeiro jogo na Arena das Dunas. E o América só restou comemorar a conquista do grande feito, com uma explosão de alegria no sul de Minas Gerais e nos rincões alvirrubros do Rio Grande do Norte, que viveu um ano mágico dentro do Brasileirão.
TRIBUNA DO NORTE