Alguns estudos econômicos estão prevendo que a retomada da demanda em setores como hotelaria, restaurantes e viagens e turismo só irá ser significativo no final deste ano. O fator “medo”, tempo para planejamento de férias e a retomada das malhas aéreas contarão como catalizadores para essa demora na recuperação.
O setor de turismo, a exemplo, foi um dos primeiros a sentir o impacto da crise causada pela pandemia do COVID-19 (novo coronavírus) e será um dos últimos a se recuperar, pois viagens de férias demoram mais a serem decididas, principalmente em situações de, medo, contenção de gastos e recuperação da economia, e as companhias aéreas também demorarão a regularizar suas rotas, deixando a indústria hoteleira e turística um desafio bem maior no momento pós-crise do país.
Para José Odécio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH-RN), o que parecia ser um período promissor, 2020 se tornou “um ano perdido”: “A gente depende muito do turista de fora, e ele não vai começar a viajar tão cedo. O varejo, por exemplo, está com os estoques cheios, quando o retorno for autorizado, já passarão a vender sem delongas. Já o Turismo ainda vai depender da programação das férias”, diz.
Estudos realizados por instituições como o Banco Central do Brasil, STR, Monitor Deloitte, McKinsey r Bain & Company, mostram que as prioridades da população irão mudar, em um cenário em que o medo deve predominar, a tendência é que segmentos que dependam de concentração de pessoas enfrentem desafios de longo prazo.
Esses estudos não são baseados apenas em previsões, como informa a ABIH-RN, onde esse comportamento já podia ser observado duas semanas anteriores à determinação da quarentena, o percentual de cancelamento de reservas já chegava a 60%, totalizando 90% na metade de março. E o mês de abril, com apenas 10% da malha hoteleira ainda funcionando, não há indícios de novas reservas significativas sendo realizadas.
De acordo com Odécio, por mais que ainda não estivesse em um estado ideal, as perspectivas para o ano de 2020 eram positivas, graças ao número de feriadões, além do crescimento de voos para o Rio Grande do Norte. Com a pandemia, as campanhas que vinham sendo feitas foram perdidas. “Agora é um ano perdido”, pontua.