O pico da média móvel de mortes por Covid-19 nos últimos sete dias ficou para trás em 15 das 27 unidades da Federação (UFs). Com o colapso do sistema de saúde em diversos lugares e o subsequente aperto das medidas restritivas, a quantidade de óbitos começou a reduzir em alguns locais.
O grupo é composto por Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. O cálculo da média móvel foi feito pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, em cima das informações recolhidas pelo Brasil.Io com cada secretaria estadual.
No Amazonas, que teve o colapso de seu sistema de saúde antes dos demais, a queda começou ainda em fevereiro, a partir de medidas de distanciamento social. No gráfico referente ao estado nortista, é possível ver o efeito positivo das estratégias instituídas para reduzir a quantidade de óbitos.
O caso de Roraima também chama a atenção. O estado apresentou redução na média de mortes antes das demais UFs – a partir de março – e agora observa aumento, o que poderia significar uma terceira onda da Covid-19 no local.
O risco de que a quantidade de óbitos volte a crescer, mesmo depois de superada a segunda onda, é mais um alerta para a necessidade de se manter medidas de distanciamento social, aponta o médico infectologista Julival Ribeiro, que também é consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
“As medidas restritivas, bem como a vacinação em massa, são as mais importantes para a gente diminuir a transmissão do coronavírus na comunidade”, apontou.
De acordo com o especialista, diversas variantes já circulam no Brasil, sendo que a de Manaus, conhecida como P1, é altamente transmissível. “Com esse cenário, as medidas restritivas e a vacinação em massa têm impacto na transmissão. Quanto menor o número de pessoas com Covid-19 menos indivíduos vão necessitar de hospitalização e, portanto, teremos queda dos registros de mortes”, resumiu.
Ribeiro lembra que, mesmo com todas as políticas públicas acima, é preciso continuar higienizando as mãos, usando a máscara e, sobretudo, evitando aglomerações.
FONTE: METRÓPOLES