Ex-vereador e deputado federal por dois mandatos com chances reais de ser reeleito mais uma vez, o presidente estadual do PSB, o jovem Rafael Motta surpreendeu quando decidiu apostar as suas fichas e entrar na disputa para a única vaga do Rio Grande do Norte ao Senado Federal nas eleições de outubro. A disputa, que já estava acirrada entre o ex-ministro Rogério Marinho e o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, ganhou um outro enredo com novos capítulos que vêm movimentando o cenário político potiguar.
Quando Rafael Motta entrou já no segundo tempo do ‘jogo’, a chapa da governadora Fátima Bezerra, sua aliada, já estava definida, tendo Walter Alves como vice e Carlos Eduardo, que era adversário da petista até pouco tempo, como o escolhido para o Senado. Motta bem que tentou, mas a governadora manteve sua palavra ao pedetista Carlos Eduardo. Mesmo sem o apoio da atual governadora, o parlamentar segue firme com sua pré-candidatura em uma jogada arriscada, que pode fazê-lo sair ainda maior ou perder uma real chance de reeleição.
No último dia 16, o ex-presidente Lula esteve em Natal junto com o seu pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin, do PSB, e a visita foi prestigiada por Rafael Motta, que demonstrou o apoio em suas redes sociais com vídeos, fotos e declarações em favor do líder petista. Este apoio, no entanto, não é nenhuma surpresa, uma vez que Motta sempre caminhou próximo à esquerda, mantendo alianças com figuras expressivas do Partido dos Trabalhadores como o próprio Lula, Fátima e Natália Bonavides, a quem ele considera como “amiga pessoal”.
Apesar da amizade, Bonavides declarou à imprensa mossoroense, na última semana, que irá seguir o que foi decidido pelo PT e que, portanto, o seu voto para o Senado será em Carlos Eduardo. A declaração da deputada petista foi interpretada por alguns como uma forma de mostrar ao colega de Câmara Federal sua fidelidade à líder Fátima.
Sem o apoio de algumas lideranças próximas e as quais Motta se mantém fiel, o pré-candidato a senador tem buscado conquistar outros meios para viabilizar o seu desejo. O deputado se reuniu, na semana passada, com o senador Styvenson Valentim, do Podemos, possível candidato ao Governo do Estado contra a chapa da atual governadora. O encontro gerou a especulação de uma aliança entre ambos, posteriormente, negada pelos dois. Styvenson confirmou a conversa, mas afirmou que, caso seja candidato, sua chapa será formada com um nome próprio do Podemos. Já Rafael fez questão de divulgar um vídeo em suas redes sociais reafirmando seu “apoio irrevogável” às candidaturas de Fátima Bezerra ao Governo do Estado e de Lula à Presidência da República.
Se a pré-candidatura de Motta vai se consolidar, só o tempo dirá. Ao seu favor, o jovem deputado tem a coerência de quem se mantém firme aos seus ideais e o carisma que falta aos seus dois principais concorrentes. E, contra, talvez, a ‘teimosia’ em arriscar. Mas o fato é que, enquanto seus adversários compõem chapas que não convencem nem aos seus próprios aliados, Motta vem ‘correndo por fora’ e buscando conquistar meios para fazer a diferença em 2 de outubro.
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