A produção de camarão no Rio Grande do Norte deve crescer 20% este ano, de acordo com estimativas do vice-presidente da Associação de Criadores de Camarão do RN (ANCC), Newton Bacurau. Em 2020, o Estado produziu algo em torno de 25 mil toneladas do crustáceo, volume que deve ser ampliado para cerca de 30 mil toneladas este ano.
A estimativa, segundo Newton Bacurau, está relacionada às boas perspectivas para o setor, com a previsão de chegada de novas matrizes genéticas do crustáceo ao RN, importadas dos Estados Unidos. “Estamos bastante otimistas, principalmente pela importação de novas matrizes que vão revolucionar a produtividade com a qualidade que nós iremos colocar nos nossos plantéis”, afirmou Newton Bacurau.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, o projeto para melhoramento genético no Estado prevê a importação de 1,2 mil reprodutores. “Estamos na fase de aprovação pelo Idema [Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente], mas em breve a gente espera resolver esses trâmites”, explicou Rocha durante a apresentação da programação oficial da 17ª Feira Nacional do Camarão (Fenacam) na quarta-feira (22).
Ainda segundo Itamar Rocha, a empresa que irá vender os reprodutores estará com três palestrantes na Fenacam, evento com data marcada para novembro. “Eu acredito que essa negociação final [sobre a importação de reprodutores] vai acontecer durante a feira” prevê o presidente da ABCC.
Em 2019, a produção de camarão no Rio Grande do Norte teve alta pelo terceiro ano consecutivo, alcançando 20,7 mil toneladas, volume 5,1% superior ao registrado em 2018 (cuja produção foi de 19,6 mil toneladas) e que representa 38,2% de todo o camarão produzido em território nacional. Entre 2019 e 2020, o aumento, pela quarta vez seguida, foi de 20,7%, índice de crescimento que deve se manter em 2021, segundo estimativas da ANCC.
No ano passado, o produto movimentou R$ 555,4 milhões, cerca de 46,8% do valor de produção de camarão no Brasil, que foi de 54,3 mil toneladas. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos últimos quatro anos (entre 2016 e 2020), o crescimento da produção nacional para o setor foi de 86%, segundo informações da ABCC. Para 2021, a estimativa é chegar a 120 mil toneladas.
O setor teve incentivos e apoio do Governo do Estado. Por meio de decreto, o Governo do Estado reduziu a alíquota dos tributos estaduais para a produção de camarão, de 12% para 1,5%, medida que impactou em toda a cadeia produtiva.
“Temos crescido nossa produção e conseguido tratamento diferenciado de bancos públicos e do Governo do Estado para que possamos seguir levando aos produtores o suporte, de crédito e de tecnologia, para crescermos ainda mais”, ressaltou, o presidente da ABCC, Itamar Rocha.
*Tribuna do Norte