Trabalhadores reclamam que redução de 10% anunciada pela Potigás não foi repassada pelos postos e cobram redução de 35% feita no ano passado.
Nas bombas, o gás natural veicular (GNV) está mais barato no Rio Grande do Norte que na semana passada. Nesta terça-feira (8), o preço médio encontrado nos postos de combustíveis de Natal era de R$ 4,59 por metro cúbico.
Uma semana antes, o GNV custava cerca de R$ 4,89 na capital potiguar. A diminuição de R$ 0,30 representa quase 7% no preço do combustível.
Ainda assim, motoristas por aplicativo e taxistas organizaram um protesto durante a tarde de terça-feira (9) cobrando uma redução maior do valor praticado.
Isso porque, a Potigás – empresa estatal que distribui o insumo no Rio Grande do Norte – havia anunciado uma redução de 10%. De acordo com os manifestantes, a redução não foi repassada pelos postos e foi feita após o preço já ter aumentado cerca de 25%.
“A gente está sofrendo demais, a classe dos taxistas e motorista de aplicativo, porque somos os maiores consumidores de GNV. A gente não tá conseguindo mais nem trabalhar”, diz o motorista por aplicativo Raniere Santos.
A cobrança também foi feita por causa de um anúncio realizado em agosto do ano passado, pelo estado, de que a redução do preço em janeiro de 2022 seria de 35%.
“Foi prometido seis meses atrás uma redução de 35% agora para janeiro. Já chegamos em fevereiro e anunciaram que iam dar 10% de desconto e nem os 10% estão chegando nas bombas. Está chegando 5%, 7%, e os postos de combustíveis dizem que não são obrigados a praticar o preço do governo”, afirma o motorista Gilvan Sarinho.
De acordo com o diretor técnico e comercial da Potigás, Sérgio Henrique, a redução de R$ 0,37 no preço do GNV está em vigor desde o dia 1º de fevereiro.
“Era esperado que houvesse o repasse integral dos postos. A gente entende que os custos dos postos também subiram, com energia elétrica, funcionários, mas a gente esperava que essa redução do preço do gás fosse repassada de forma integral”, disse.
Sobre a cobrança de que a redução sentida fosse de 35%, a Potigas afirma que alguns fatores impediram que isso ocorresse.
“O custo da molécula foi reduzido sim, na ordem de 30%, porém o preço final que chega ao usuário é acrescido do custo de transporte, de distribuição, e a margem do posto, fazendo com o que esse preço final tenha reduzido em torno de 10%. Fazendo um paralelo com a gasolina, é como se a Petrobras tivesse baixado o preço na refinaria, porém tem outros custos para o usuário final, como o custo da distribuidora e do posto de combustíveis”, diz o diretor.
Enquanto a discussão por uma redução maior do gás natural não termina, a reclamação entre os motoristas é também que não há outra alternativa que compense mais que o gás.
O mais recente levantamento da ANP, a Agência Nacional de Petróleo, mostrou que o preço médio da gasolina no RN diminuiu R$ 1,42 entre as duas últimas semanas. Mesmo assim, segue sendo o terceiro maior do país.
O levantamento feito em 56 postos do estado mostrou que o preço médio verificado, de R$ 6,99 por litro da gasolina, entre os dias 30 de janeiro e 5 de fevereiro, era cerca de R$ 0,10 menor do que o verificado na semana anterior. O preço da gasolina no RN só é menor que no Rio de Janeiro (R$ 7,32) e no Acre (R$ 7,07).
O Sindicato dos Postos de Combustíveis do Rio Grande do Norte informou que os estabelecimentos repassaram a redução de 10%, mas considerou que cada empresa tem custos variáveis que incidem sobre o valor final, como o preço da energia elétrica e da folha salarial. A entidade ainda considerou que os postos são livres para estipular o preço do produto.
FONTE: G1/RN