A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) disse que a responsabilidade pelos atrasos e as seguidas revisões nos calendários de produção e de entrega de vacinas Oxford/AstraZeneca se dão por conta do atraso das doses produzidas com IFA (insumo farmacêutico ativo) importado da China, que foi recebido só em fevereiro. Citou “dificuldades burocráticas e diplomáticas” para liberação do produto na origem.
Para explicar o adiamento da entrega das primeiras doses da vacina do começo de fevereiro para meados de março, a Fiocruz alegou que houve a quebra de uma máquina, com descarte indevido de vacinas, além do atraso no envio do IFA chinês.
No caso da demora na entrega de 4 milhões de doses prontas da Índia, praticamente só rotuladas pela Fiocruz no país, os dirigentes da instituição disseram que, além da repetição dos problemas enfrentados na China, o agravamento da pandemia no país acabou por retardar ainda mais a liberação da mercadoria.
Em relação ao atraso da produção de vacinas com IFA nacional, os dirigentes da Fiocruz dizem que ele vai se dar devido à “complexidade” da tarefa e à nova tecnologia que está sendo incorporada no processo. Com previsão inicial de entregas das vacinas com IFA nacional para agosto, deve ocorrer só a partir de outubro, de acordo com a Fiocruz e o Ministério da Saúde.
Segundo os números do Ministério da Saúde, das 46,4 milhões de doses de vacinas contra covid-19 já aplicadas em todo Brasil até 6 de maio, sejam elas 1ª ou 2ª dose, 11 milhões, o equivalente a 24% do total foram do imunizante Oxford/AstraZeneca produzido pela FioCruz. O restante foi da Coronavac, produzido pelo Instituto Butantan. A vacina da Pfizer não havia aparecido nas estatísticas oficiais.
A Fiocruz chegou a falar depois da assinatura do contrato inicial com a AstraZeneca, na produção de 265 milhões de doses da vacina em 2021 para entrega ao PNI (Programa Nacional de Imunização). No fim do ano passado, a previsão foi reduzida em 20% para 210,4 milhões de doses.
Em janeiro deste ano, a Fiocruz anunciou a entrega de 50 milhões de doses até abril. Mas, o número de doses entregues ao PNI no período foi de 22,5 milhões, menos da metade. Em 5 de fevereiro, a Fiocruz prometeu entregar 15 milhões de doses em março. Ao final, a entrega foi de só 2,8 milhões de doses, o equivalente a 18,7% do prometido.
FONTE: PODER360