Rio (AE) – A redução nos preços dos combustíveis fez as famílias brasileiras gastarem menos com transportes em outubro. O grupo Transportes passou de uma queda de 2,35% em setembro para um recuo de 0,64% em outubro, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo foi responsável por -0,13 ponto porcentual para a formação da taxa de 0,16% do IPCA-15 neste mês.
A deflação no grupo foi puxada pela queda de 6,14% no preço dos combustíveis. A gasolina caiu 5,92%, maior contribuição negativa para o IPCA-15 do mês, -0,29 ponto porcentual. Houve quedas também no etanol (-9,47%), gás veicular (-1,33%) e óleo diesel (-3,52%). O ônibus urbano diminuiu 0,60%, devido à redução dos preços das passagens aos domingos em Salvador a partir de 11 de setembro.
Na direção oposta, as passagens aéreas subiram 28,17%, após já terem aumentado 8,20% em setembro. As passagens aéreas tiveram o maior impacto positivo no IPCA-15 de outubro, 0,18 ponto porcentual. O ônibus intermunicipal aumentou 0,42%, como reflexo de reajustes em Fortaleza e Porto Alegre. Ficaram mais caros subitens importantes como emplacamento e licença (1,72%) e conserto de automóvel (0,64%).
Comunicação
Também segundo o IBGE, os gastos das famílias com Comunicação recuaram 0,42% em outubro. O grupo deu uma contribuição de -0,02 ponto porcentual para a taxa de 0,16% do IPCA-15 deste mês. A queda foi influenciada pela redução nos pacotes de acesso à internet (-1,69%) e nos planos de telefonia móvel (-1,35%). Houve queda ainda nos preços dos aparelhos telefônicos (-0,87%).
“Vale lembrar que a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, fixou um limite para a alíquota máxima de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações”, lembrou o IBGE.
Alimentação
Os gastos das famílias com alimentação e bebidas passaram de uma redução de 0,47% em setembro para uma alta de 0,21% em outubro, segundo o IPCA-15. O grupo Alimentação e Bebidas deu uma contribuição de 0,04 ponto porcentual para a taxa de 0,16% do IPCA-15 deste mês.
A alimentação no domicílio subiu 0,14% em outubro. As famílias pagaram mais pelas frutas (4,61%), batata-inglesa (20,11%), tomate (6,25%) e cebola (5,86%). Na direção oposta, houve recuos nos preços do leite longa vida (-9,91%), óleo de soja (-3,71%) e carnes (-0,56%). Apesar da redução em outubro, os preços do leite longa vida ainda acumulam uma alta de 42,52% no ano. Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,37% em outubro. A refeição fora de casa aumentou 0,44%, e o lanche subiu 0,23%.
Habitação
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma alta de 0,47% em setembro para elevação de 0,28% em outubro, uma contribuição positiva de 0,04 ponto porcentual para o Índice. A taxa do IPCA-15 foi de 0,16% em outubro. A energia elétrica subiu 0,07% em outubro. O IBGE fez um ajuste para assimilar no IPCA-15 a cobrança efetiva de ICMS sobre os serviços de transmissão e distribuição.
Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,39% em outubro, em função do reajuste médio de 13,22% em uma das concessionárias de Porto Alegre a partir de 29 de setembro.
Com o resultado agora anunciado hoje, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,80% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 6,85%. As projeções iam de avanço de 6,64% a 8,70%, com mediana de 6,78%.
TRIBUNA DO NORTE