De olho na recuperação das perdas registradas ao longo da pandemia, o comércio de Natal ampliou o horário de atendimento para atrair consumidores antes dos festejos de fim de ano. A meta é crescer em faturamento e, para além disso, manter medidas biossanitárias, evitando que aglomerações elevem casos de Covid-19. No bairro do Alecrim, coração do comércio de rua da capital, há pontos de muita movimentação de compradores, mas há também locais em que as empreendedores avaliam que as vendas poderiam ser bem melhores.
Uma pesquisa realizada, pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 77% dos consumidores devem presentear este ano, o que faria o varejo retornar ao patamar de consumo pré-pandemia. Pensando nisso, os estabelecimentos comerciais modificaram os horários para receber os consumidores. Em alguns deles, por sinal, o fechamento das portas só acontece às 23h.
A Braz Atacado e Varejo, de peças de vestuário no bairro do Alecrim, contratou mais funcionários para atender ao aumento da demanda. Cléo Moreira, gerente, fala que o movimento começou a melhorar na semana passada.
“O movimento está em média com as expectativas e acreditamos que ele terá um reforço”, fala ela. Como vende tanto no atacado quanto no varejo, o ticket médio tem ampla variação, indo de R$ 50 a R$ 1 mil. Os vestidos são a peça mais vendidas.
A loja do Sacolão da avenida Presidente Bandeira apostou em muita divulgação e promoções está conseguindo vender bem. “Se não batermos nossa meta de vendas, vamos chegar muito perto”, diz o gerente Severino Jácome gerente.
Já os vendedores de lojas de produtos com maior valor agregado, como informática ou eletrodomésticos dizem que parece não estarmos em período natalino. Jadyson Rodrigues, gerente da Magazine Luiza diz que, mesmo com unidade aberta nos últimos três domingos, o movimento está abaixo do esperado.
Segundo o levantamento da CNDL, os alvos de compras são roupas, brinquedos e perfumes lideram o ranking dos presentes os mais lembrados na hora de presentear serão os filhos (62%), a mãe (45%) e o cônjuge (42%). Além disso, 69% dos consumidores pretendem comprar presentes para si mesmo no Natal.
Otimismo
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL), José Lucena, acredita em uma melhora da demanda por causa do aumento da taxa de vacinação em relação do ano passado. “O comércio está funcionando em sua plenitude”, fala Lucena.
O presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, vê um cenário positivo e assinala que o levantamento oficial sobre as compras de final de ano, feito pelo IBGE, sairá em meados do primeiro trimestre de 2022, quando, só então, se terá uma noção mais realista do movimento neste final de ano. “Porém, podemos destacar que a pesquisa feita pelo Instituto Fecomércio RN aponta que a maioria dos consumidores em Natal e Mossoró estão indo às compras essa semana”, afirma Queiroz.
Em Natal, 56% da população sairá às compras este ano. O número, quando comparado a 2020, apresenta um aumento médio de 3,5%, mostrando que a sociedade está disposta a gastar. Em 2020, o comércio movimentou R$ 161,1 milhões e, para 2021, a estimativa é de R$ 156,5 milhões.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE