A Secretaria Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) anunciou nesta terça-feira (27) o envio de uma nota de orientação aos municípios do estado sobre o uso do soro antirrábico e da imunoglobulina humana no tratamento de casos de raiva. Também há orientações à população sobre o assunto.
O documento segue uma orientação nacional diante da escassez do soro e da imunoglobulina no país e também apresenta orientações ao público sobre como agir em caso de contato com animais que possam transmitir a doença.
“Agora em dezembro solicitamos um quantitativo de 400 frascos de imunoglobulina e só foram autorizados 50 fracos. De soro, foram solicitados 700 ampolas e liberadas em estoque de urgência uma quantidade de 200 ampolas. É o que temos na rede de frio hoje”, afirma Ranih Araujo, sanitarista do programa estadual de controle e vigilância da raiva.
De acordo com Ranih, o país vem registrando redução na quantidade recebida de soro antirrábico e imunoglobulina humana, fornecidos pelos Ministério da Saúde, o que gera a necessidade de racionalização dos recursos.
Os dois produtos podem ser usados no tratamento após a exposição à raiva, mas contam com diferenças na manipulação:
- O soro é composto por anticorpos de origem animal
- Já a imunoglobulina humana é obtida do plasmas de doadores humanos com níveis elevados de anticorpos.
O Rio Grande do Norte registrou no ano 47 casos de animais positivos para a doença. Parte desses casos são provocados por variantes virais de origem silvestre, como morcegos e raposas, por exemplo. O último caso de raiva humana foi registrado em 2010, no município de Frutuoso Gomes, no Alto Oeste.
A raiva é um doença viral zoonótica – transmissível entre animais e humanos – e considerada um importante problema de saúde pública, pois tem letalidade em quase 100% dos casos.
Ela é transmitida a partir do contato direto através da mordedura, arranhadura ou secreção do animal contaminado ao humano.
Veja orientações da Sesap aos municípios e à população:
- Em casos de agressão, a vítima deve procurar a unidade de pronto atendimento imediatamente para avaliação individual
- A população deve evitar se aproximar de animais desconhecidos e principalmente animais silvestres para diminuição na quantidade de acidentes antirrábicos
- Os municípios devem intensificar a vacinação de animais domésticos (cães e gatos)
- Em situações de agressões com cães e gatos que tem indicação do uso de soro e imunoglobina devem ser infiltrados, com exceção de agressões envolvendo morcegos e outros animais silvestres
Segundo a Sesap, o procedimento de infiltração diminui a quantidade de soro e imunoglobina utilizados no paciente. Ao invés de se considerar o peso da pessoa para aplicação via intramuscular, a infiltração é utilizada somente na região lesionada (onde o paciente foi mordido ou arranhado pelo animal). Com isso, há diminuição no consumo e quantidade de ampolas utilizadas.
Vacinas
Segundo a Sesap, a vacinação contra a Raiva segue normalmente. Além das vacinas antirrábicas para animais domésticos, o sistema de saúde conta com vacinas rotineiramente aplicadas em humanos que têm maior risco de contato com o vírus, como é o caso de profissionais e auxiliares de laboratórios de virologia, agente de endemias, médicos-veterinários, estudantes de medicina veterinária e pessoas vítimas de agressões com risco ocasional ao vírus.
G1RN