A manutenção da taxa básica de juros (a Selic) pelo Banco Central (BC) em 10,5%, na quarta-feira, a segunda consecutiva, deve produzir um aperto no crédito, num momento em que os empréstimos fecharam o primeiro semestre crescendo quase 10% sobre 2023.
A subida de 15% do dólar desde o início do ano, com a moeda chegando a R$ 5,79 na abertura do mercado ontem, é outro freio no crédito. A cotação fechou em R$ 5,70, refletindo a alta da taxa de desemprego nos EUA, que pode indicar um corte mais cedo nos juros americanos.
Economistas do Santander e do UBS já começam a ver chance de a Taxa Selic voltar a subir por causa dessa valorização recente da moeda americana. Em relatório, o banco suíço UBS calcula que há 30% de chance de aumento na taxa em setembro. Em entrevista à Bloomberg, o analista do Santander Marco Antonio Caruso disse que, se o câmbio chegar ao patamar entre R$ 5,75 e R$ 5,80, o BC seria forçado a subir os juros.
O Globo