Agência europeia sugere encurtar intervalo das doses de vacina AstraZeneca

A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) sugeriu hoje que o intervalo entre as doses da vacina Vaxzevria, desenvolvida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca, deve ser encurtado por conta da predominância das novas variantes no continente. 

“Nós vimos, com base nos dados do Reino Unido, que a primeira dose da vacina da AstraZeneca é eficaz contra a variante Delta, mas uma segunda dose aumentou a proteção de maneira significativa. Visto que a proteção com a primeira dose é baixa no confronto com a variante Alpha, que estamos vendo circular muito na Europa, seria importante que o intervalo entre as duas doses fosse encurtado”, disse o chefe da Estratégia de Vacinas e de Ameaças Biológicas à Saúde da EMA, Marco Cavaleri. 

A cepa Alpha do coronavírus Sars-CoV-2 foi detectada primeiramente no Reino Unido, sendo também conhecida como B.1.1.7; já a Delta foi localizada pela primeira vez na Índia e também pode ser chamada de B.1.167.2. 

Atualmente, diversos países prorrogaram o prazo de aplicação entre as duas doses para três meses, mas os testes iniciais previam a administração da segunda dose após 28 dias. 

Também na coletiva, Cavaleri foi questionado sobre o “mix” de imunizantes diferentes, em prática que vem sendo adotada por alguns países europeus por conta de temores sobre a Vaxzevria. 

Segundo o especialista, “com base em experiências do passado, essa pode ser uma estratégia a ser implementada, mas no caso da Covid-19, há ainda provas limitadas e é importante recolher mais dados e monitorar com atenção”. 

“De uma perspectiva da EMA, não é fácil exprimir uma recomendação clara até porque não está claro se as empresas têm o interesse de pedir informações adicionais sobre os produtos. 

Mas, assim que tivermos os dados, por exemplo, do estudo britânico que está sendo feito, analisaremos as recomendações sobre a mistura”, acrescentou. 

Até por terem mais doses disponíveis de outras vacinas, diversos governos optaram por fazer o mix entre a vacina da AstraZeneca e uma outra de RNA mensageiro. No entanto, não há estudos robustos sobre o tema. 

Doença de Clarkson – Em documentação publicada em seu site, a EMA deu uma nova recomendação em que pede que a Vaxzevria não seja aplicada em pessoas que tenham histórico de Síndrome de Extravasamento Capilar Sistêmico, também conhecida como Doença de Clarkson. 

De acordo com o órgão, a recomendação deve constar em bula como um novo efeito colateral raro e deve ser feito o alerta para que os profissionais de saúde questionem as pessoas acerca do problema. 

“O Comitê de Segurança (PRAC) fez uma análise profunda de seis casos de síndrome de extravasamento capilar em pessoas que receberam a Vaxzevria. A maior parte dos casos ocorreram em mulher e dentro de quatro dias de vacinação. Três das afetadas tinham um histórico da síndrome e uma delas morreu”, informou a entidade. 

No entanto, o cuidado é mais uma precaução já que, até o dia 27 de maio, data da análise, mais de 78 milhões de doses já haviam sido administradas e apenas seis casos foram registrados. 

A Doença de Clarkson é uma síndrome rara e é provocada pelo aumento da permeabilidade capilar. Com isso, há uma espécie de “vazamento” de fluídos de pequenos vasos sanguíneos. (ANSA). 

FONTE: UOL  

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