As equipes de limpeza da Urbana recolheram quase 8 mil pneus nas últimas três semanas em Natal e 60% deles tinham foco do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus.
Os dados foram repassados à Inter TV Cabugi e ao g1 nesta quinta-feira (19) pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS).
Natal vive uma epidemia de arboviroses, declarada no último dia 11 de maio, e a prefeitura decretou situação de emergência por causa do aumento de casos das doenças na quarta-feira (18).
Também foi criado um gabinete de crise, que conta com um trabalho integrado exatamente entre SMS, Urbana e outras secretarias, como de Obras e Infraestrutura (Semov), de Educação (SME) e de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb).
A orientação da Secretaria Municipal de Natal é de que as pessoas não descartem pneus em locais onde eles fiquem expostos à chuva, pois podem acumular água, onde o mosquito consegue procriar.
Os pneus devem ser descartados, de preferência, no ecoponto da prefeitura na Cidade da Esperança ou em borracharias cadastradas na prefeitura, que podem ser consultadas através do telefone 3232-8234.
Ações
Por conta da situação de epidemia, agentes da saúde de Natal estão realizando visitas às casas da população para eliminar possíveis focos do mosquito e também reforçar as recomendações de combate.
Além disso, estão sendo usados agentes fumacê para combater o mosquito adulto. Segundo a SMS, a circulação ocorre principalmente nos bairros com maiores notificações de dengue.
Nesta semana, bairros como Felipe Camarão, Bom Pastor, Cidade da Esperança e Nazaré receberam a visita do fumacê. Na segunda-feira, vão receber a visita os bairros do Alecrim e Quintas.
Crescimento acima de 1.000%
De acordo com o Boletim Epidemiológico das Arboviroses publicado no dia 10 de maio pela Secretaria Municipal de Saúde, Natal teve um aumento de 1.566% nos casos de dengue de janeiro a abril deste ano em comparação com o mesmo período de 2021.
Ao todo foram 2.966 casos registrados neste ano no período contra 192 em 2021. Os casos de chikungunya – 176 contra 39 – e de zika – 13 contra 9 – também cresceram nos primeiros quatro meses deste ano.
Ao todo, o aumento nos casos de arboviroses no período foi de 1.214%, sendo 3.155 casos notificados em 2022 contra 240 em 2021.
O mês de abril foi o que acumulou o maior aumento, tendo 2.225 casos de arboviroses confirmados apenas nos 30 dias. Em março foram 673, em fevereiro 179 e em janeiro 78.