O clima entre o deputado federal Rafael Motta (PSB) e o senador Jean-Paul Prates (PT) esquentou. Após entrevista do senador a uma rádio no interior do estado em que criticou a pré-candidatura de Motta ao Senado, o deputado foi às redes sociais e cobrou respeito ao petista. Na postagem, que foi realizada na manhã desta quinta-feira (21), Rafael Motta foi duro com Jean-Paul.
Na entrevista concedida à Rádio Santa Rita, o senador Jean-Paul Prates comentou a pré-candidatura de Rafael Motta e a composição da chapa majoritária aliada à governadora Fátima Bezerra. Fazendo uma metáfora com o futebol, o senador disse que Rafael Motta não foi escalado para a posição que queria. Além disso, o petista disse que o deputado apresentou sua pré-candidtaura de maneira “extemporânea e individualista”.
“Pensemos que é um time e que tem um comando que escala. Aí o cara do time, um pedaço do time, diz que não gostou e vai fazer outro time. É extemporâneo e individualista. Para quê a candidatura avulsa?”, questionou Jean-Paul Prates.
Definindo a postura de Rafael Motta como uma “aventura”, que batizou de “egotrip”, Jean-Paul Prates levantou ainda o questionamento se a disputa de Motta no Senado não teria como foco (ou resultado) beneficiar Rogério Marinho (PL), que também disputará vaga no Senado. Na entrevista, inclusive, o petista levantou a hipótese de que o grupo do ex-ministro colaborasse com estrutura para a campanha de Rafael Motta.
“É uma egotrip. Acho que tem o direito, democracia é isso, mas acho que tem fôlego curto. Eu me permito dizer isso. Não porque Rafael seja fôlego curto, mas porque o entorno requer estrutura. A não ser que haja um plano que a gente não conhece, que seja de ‘retrofinanciamento’ e de alimentação de um adversário para trapalhar o adversário. Claro, por que Rafael tira voto de que lado? Divide voto de que lado? Não vai ser do lado de Bolsonaro e de Rogério Marinho”, disse o senador, na entrevista que foi realizada na quarta-feira.
Nesta quinta, então, Rafael Motta foi às redes e cobrou respeito por parte de Jean-Paul Prates. Para Motta, que se refere a Jean como amigo, o petista deveria ter recebido apoio integral do PT para disputar uma vaga no senado, por ser “uma pessoa preparada, leal e que nos daria a certeza de oito anos votando de acordo com o interesse da população”.
“Respeito que você tenha aceitado essa preterição e que ache que o nome que você passou a apoiar será melhor senador do que você é. Mas peço que respeite o fato de eu pensar diferente. Como penso que não há como vencer o bolsonarismo com o bolsonarismo. Não há como vencer o fascismo com quem é cúmplice do fascismo”, postou Rafael Motta.
O deputado, ainda na postagem, relembrou que ambos estiveram aliados em “muitas lutas”, e por isso disse que precisava pedir para que Jean-Paul “não use a sua abertura em veículos de comunicação para tolher o meu direito de ser candidato”.
“O nosso lado é o mesmo, Jean. Eu nunca fui seu adversário. Sou eu, amigo, o ‘Rafa’. O mesmo que, nos momentos difíceis, nunca lhe faltou. Falo por aqui porque nos últimos dias, de repente, minhas palavras passaram a encontrar obstáculos. Espero que o mandato que foi exercido pela governadora Fátima Bezerra e que hoje tem você como titular siga em ótimas mãos, dando a certeza aos potiguares do comprometimento com as boas pautas. Sem arrependimentos, sem frustrações”, postou Rafael Motta.
TRIBUNA DO NORTE