Professores discutem literatura e poesia com cordelistas do RN

A formação Cenas de Leitura – Diálogos Pedagógicos – da Secretaria Municipal de Educação (SME), apresentou na noite desta quarta-feira (15), o tema “Cordel: história, leitor e leitura” com a participação especial da poetisa e cordelista Tonha Mota (atual presidente da Academia Norte-Riograndense de Literatura de Cordel), de Francisco Martíns (Membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN, da União Brasileira de Escritores, do Instituto Histórico Geográfico do RN e da Academia de Literatura de Cordel) e a professora mestre Geralda Efigênia (assessora pedagógica da Secretaria de Educação do RN). 

Durante o evento online que contou com a presença de 80 professores e educadores infantis da Rede Municipal, a professora e assessora pedagógica da SME, Sayonara Fernandes, realizou a abertura da formação dizendo que era um desejo do público dos Diálogos Pedagógicos que estudam literatura norte-riograndense, conhecerem os artistas, de ouvir, desfrutar, de aprender um pouco mais, com a experiência e o exercício da prosa e o verso dos convidados. 

A palestra do cordelista Francisco Martíns, conhecido como Mané Beradeiro, explicou a chegada do cordel no Brasil e as fases da literatura popular, como as origens, a história, o formato e as tipografias, os cordelistas e estilos de cordéis. “Hoje a coisa mais difícil do mundo, é você pegar um folheto no Brasil que seja escrito por uma pessoa que tenha até a terceira série primária, que seja semianalfabeta, digamos assim, como a maioria dos cordelistas de antigamente. Esse elo foi perdido e hoje as pessoas que escrevem cordéis são pessoas que são autodidatas, universitários, que tem mestrado e ou doutorado. É muito diferente o perfil do autor atualmente, por isso que a literatura de cordel continua com essa resistência”, ressaltou Francisco Martíns. 

Já a poetisa Antônia Mota do Nascimento, mais conhecida como Tonha Mota disse que a literatura de cordel iniciou com folhas soltas e depois tomou o formato de livreto a partir da tipografia, dando ênfase que o cordel é uma cultura popular. Destacou ainda os principais nomes do cordel no Rio Grande do Norte como Fabião das Queimadas e Chico Antônio que declamavam nas fazendas e eram convidados para fazerem saraus e serestas. “A literatura de cordel recebeu esse nome porque era uma cultura discriminada, era diminuída. A população mais humilde e simples fazia o seu sarau nos terreiros, nas fazendas, nas cantorias, nas declamações. É por isso que o cordel levou o nome de cultura popular, porque é do povo para o povo e depois se descobriu que essa é uma riqueza”, esclareceu Tonha Mota. 

A pedagoga Geralda Efigênia falou sobre o uso do cordel na sala de aula com a formação de leitores e a valorização da literatura de cordel no ponto de vista educativo. “O professor na sala de aula, mesmo no primeiro ao quinto ano, tem esse trabalho que engloba o texto, que engloba a gramática com os alunos e com o objetivo do ensino aprendizagem. Como são especificadas o que é o texto narrativo, texto descritivo, texto dissertativo, texto expositivo e texto injuntivo e tudo isso você como professor pode trabalhar na poesia como no cordel”, acrescentou. 

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