Poty Mapping – RN terá primeiro Festival de vídeo mapping no mês de outubro

O Festival Poty Mapping nasceu do desejo da  produtora cultural Carol Carvalho e da artista visual Gabriela Barbalho de colocar Natal no circuito dos grandes festivais de mapping do Brasil e do mundo.  Com exibição no mês de outubro, o Festival irá mergulhar nas memórias afetivas dos potiguares, usando como principal suporte a projeção mapeada de vídeo, levando o público a refletir sobre a preservação do nosso patrimônio material histórico-cultural, tendo com temática a cultura indígena. Assumindo uma poética de grande impacto visual (sem gerar interferências estruturais), a exibição irá aliar a arte urbana contemporânea à tecnologia, à memória da cidade e a cena artística local e nacional, através das artes visuais, música e artes cênicas.

O vídeo mapping trata-se de uma técnica utilizada para projetar imagens em uma estrutura tridimensional, a qual é previamente mapeada por um software.  O mapping é uma arte sem impacto ambiental, mas com grande impacto transformador, pois deixa um legado de conhecimento, ressignificados e novas percepções para a população e para os espectadores, gerando reflexão sobre outras perspectivas em relação às cidades e  suas memórias. Os festivais de mapping têm sido realizados em diversas cidades do mundo e no cenário pandêmico a linguagem da projeção em fachadas foi tomando cada vez mais notoriedade como um meio de ocupação do espaço público, ganhando grandes dimensões e revelando um produto artístico de impacto.

Neste contexto, levando em consideração o potencial artístico dos artistas do RN e a nossa rica identidade cultural,  o Poty Mapping chega como uma forma de expansão das expressões artísticas do nosso povo.   O Festival será gravado na Gamboa do Jaguaribe – território de preservação indígena localizado na Zona Norte de Natal –  com projeções em uma oca, aliando a arte dos nossos artistas à oportunidade de dar voz  e visibilidade para esta identidade cultural tão importante:  O RN é um território onde cidades, rios e caminhos carregam nomes de origem indígena e tem seu povo conhecido como “potiguar”, mas a demarcação de terras indígenas no estado ainda não é um fato relevante. Apesar de existirem no Rio Grande do Norte mais de 15 comunidades dos povos originários atualmente articuladas, o apagamento de anos de colonização ainda repercute diretamente nas garantias dos seus direitos básicos.

A resistência histórica desses povos garante articulações que, cada vez mais, resgatam, ressignificam e encontram caminhos possíveis para a validação dessas identidades no momento contemporâneo. Entendendo o alcance que a arte pode fornecer, aliada ao momento político atual em que o país se encontra,  e ao momento da primavera indígena, o Poty Festival de Mapping se sente convocado para fazer do seu espaço, um espaço de diálogo entre tecnologia e patrimônio, um espaço de manifestações artísticas que deem voz ao que originalmente é “desta terra, nesta terra, para esta terra, pois já é tempo!”.

O Festival também está com uma chamada aberta, até o dia 20 de setembro, para os artistas que tenham interesse em participar do projeto com loops, vídeos, animações, videoarte ou desenhos.  Os interessados podem ter acesso a todas as informações técnicas para inscrição no link  ou no perfil @potymapping no Instagram.

O projeto Poty Festival de Mapping possui o patrocínio da Lei Aldir Blanc, através Governo do Estado Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

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