A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) não é integrante da CPI da Covid mas tem direito à voz na Comissão Parlamentar de Inquérito e tem usado bem essa prerrogativa.
Na avaliação da parlamentar, a primeira semana de depoimentos termina com algumas questões que precisam ser investigadas. Uma delas é o motivo da insistência de parlamentares governistas na defesa do uso de medicamentos já declarados ineficazes contra a doença.
“É como se o governo quisesse legalizar o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina para não punir quem prescreveu e quem usou dinheiro público para comprar esses medicamentos”, disse a senadora, durante o depoimento do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na última quinta-feira (06).
Zenaide cobrou de Queiroga uma campanha publicitária para dizer à população, de forma clara, que o chamado “kit covid” não funciona; ao que o ministro respondeu que não se manifestaria antes do protocolo que está sendo preparado pela Conitec – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Para a senadora, o certo era o ministro se posicionar de imediato, para impedir que essas substâncias continuem sendo consumidas de forma temerária e distribuídos como se fossem meios de prevenção ou “tratamento precoce” da covid:
“Não só pelos efeitos colaterais; para mim, o que mais me preocupa é a falsa ilusão de que ‘eu estou protegido com ivermectina ou com hidroxicloroquina’. Isso é cruel!”, condenou a parlamentar, que é médica infectologista.
Zenaide também cobrou uma campanha do Ministério da Saúde em defesa das medidas preventivas, como o distanciamento social e o uso de máscaras, dois pontos constantemente desrespeitados pelo próprio presidente da República.