A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira mais de 100 requerimentos, que incluem a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, e do ministro Marcelo Queiroga, além da previsão de oitivas com nove governadores. Apesar da aprovação, ainda não há data para os depoimentos das testemunhas e nem todos precisam necessariamente ser chamados.
Os senadores decidiram reconvocar Pazuello e Queiroga para esclarecer contradições e inconsistências dos depoimentos anteriores. Os parlamentares também incluíram ex-assessores do Ministério da Saúde.
Já o critério usado para a escolha dos governadores foi selecionar todos os estados que são ou foram alvo de investigação da Polícia Federal. Estão na lista Wilson Lima (AM), Hélder Barbalho (PA), Claudio Castro (RJ), Ibaneis Rocha (DF), Mauro Carlesse (TO), Carlos Moisés (SC), Eduardo Leite (RS), Antônio Oliverio Garcia de Almeida (RR) e Waldez Góes (AP). O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, também teve requerimento de convocação aprovado.
Estão na lista:
- Wilson Lima (AM)
- Helder Barbalho (PA)
- Ibaneis Rocha (DF)
- Mauro Carlesse (TO)
- Carlos Moises (SC)
- Daniela Reinehr (vice-governadora de SC)
- Antonio Oliverio Garcia de Almeida (RR)
- Waldez Góes (AP)
- Marcos José Rocha dos Santos (RO)
- Wilson Witzel (ex- governador do RJ)
- Wellington Dias (PI)
O nome do Claudio Castro, que é próximo da família Bolsonaro, foi retirado após discussões em reunião secreta para fechar um acordo sobre a lista de requerimentos. O argumento é que ele não estava no cargo durante as operações da Polícia Federal. A deliberação sobre convocação de prefeitos ficou para outro momento.
A convocação de governadores, defendida pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), virou foco de divergência nos bastidores entre os senadores independentes e da oposição, que são maioria no colegiado. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), e o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), consideram que a apuração vai desviar o foco do governo federal. Eles também argumentam que não faz sentido trazer representantes de estados que já são alvo de operações da PF.
O ex-assessor especial da Presidência, Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Cultura Abraham Weintraub também teve requerimento aprovado.
Convocação de prefeitos gera bate-boca
Após senadores fecharem acordo em sala fechada para convocar alguns governadores, com foco naqueles que são alvo de operação da Polícia Federal, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) insistiu na convocação dos representantes dos municípios neste momento. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), o chamou de “oportunista pequeno” por ignorar as tratativas do grupo.
“E os prefeitos, senador Omar Aziz, não vamos ouvir mesmo os prefeitos de capitais”, questionou Girão.
“Vossa Excelência, o senhor estava lá na reunião. Vossa Excelência é um oportunista e um oportunista pequeno. Desde o primeiro momento, toda sociedade brasileira que tem inteligência sabe que Vossa Excelência está aqui com um único motivo para que a gente não investigue por que o Brasil ficou sem vacina. E Vossa Excelência não entende patavina de saúde quer impor a cloroquina para a sociedade. Vossa Excelência é um oportunista!”, afirmou Omar Aziz.
“Senador Omar Aziz, o senhor fez uma agressão”, reclamou Girão.
“Me leve para o Conselho de Ética! Me leve! Vossa Excelência não respeita ninguém, Vossa Excelência age sorrateiramente”, rebateu Aziz
FONTE: O GLOBO/AGORA RN