Bharat afirma que documentos enviados pela Precisa à Saúde são falsos

A Bharat Biotech, fabricante da vacina Covaxin, afirmou que as cartas indicadas como sendo provas sobre o papel da Precisa Medicamentos na negociação da vacina não foram emitidas pela empresa. As cartas foram enviadas ao Ministério da Saúde como uma procuração que Precisa era a representante legal da companhia. A negociação entre a Precisa e o ministério foi cancelada. 

A informação foi incluída no comunicado, divulgado nesta 6ª feira (23.jul.2021), da Bharat de que estava encerrando o seu contrato com a empresa brasileira.  

“Recentemente, fomos informados de que certas cartas (conforme anexo), supostamente assinadas por executivos da empresa, estão sendo distribuídas online. Gostaríamos de ressaltar, enfaticamente, que esses documentos não foram emitidos pela companhia ou por seus executivos e, portanto, negamos veementemente os mesmos”, diz a empresa indiana. 

Os 2 documentos de papel timbrado e carimbo da Bharat indicam que a Precisa é a representante legal exclusiva da empresa indiana no Brasil e a outra indica a pessoa que seria o presidente da companhia. 

As cartas começaram a circular na internet depois que a CBN conseguiu acesso à cópia do processo de compra da vacina Covaxin, enviado pelo Ministério da Saúde à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado. A CBN mostrou que os documentos continham erros graves que indicavam que eles não poderiam ser verdadeiros. 

O nome e endereço da Bharat, por exemplo, estão escritos errados. Além disso, na corte que indica o presidente da Bharat, o nome indicado é Krishna Ella, mas a assinatura é de Krishna Mohan Vadrevu, que seria o diretor em tempo integral da companhia. 

Agora, a Bharat afirma que os documentos não foram emitidos por ela e finalizou o contrato com a Precisa sem indicar um motivo. 

A tentativa da empresa brasileira de vender a Covaxin ao Ministério da Saúde é um dos focos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado. 

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, apresentaram aos senadores suspeitas de irregularidades no contrato da Covaxin. Afirmaram que houve pressões internas no ministério para que a compra da vacina fosse aprovada. 

Depois que o caso foi levado à CPI, o ministério decidiu suspender o contrato de compra da Covaxin. Segundo a pasta, a decisão foi tomada depois de recomendação da CGU (Controladoria Geral da União). O contrato previa a compra de 20 milhões de doses da vacina por R$ 1,6 bilhão. 

O MPF (Ministério Público Federal) pede investigação na esfera criminal contra o Ministério da Saúde por identificar indícios de crime de improbidade administrativa no contrato do órgão com a Precisa. 

Além disso, o o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está sendo investigado pela Polícia Federal pelo suposto crime de prevaricação. Ou seja, mesmo sabendo das irregularidades na compra da Covaxin, o presidente não as teria notificado às autoridades. O deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, afirmaram à CPI que alertaram o presidente. 

FONTE: PODER360  

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