Rasmussen Sá Ximenes, mais conhecido como Mocó, é um artista plástico de Currais Novos que mora em São Francisco, nos Estados Unidos. O potiguar tenta restaurar o antigo prédio da estação férrea que fica na Fazenda Muquém, no município de Antônio Martins, Oeste do RN. Apesar de disponibilizar recursos financeiros próprios para investimento na cultura criativa do Estado, sofre com burocracias do governo, que travam o projeto. O artista contou sobre o trâmite em entrevista no Jornal da Manhã, na Jovem Pan News Natal.
O projeto de restauração de Mocó fica dentro da fazenda da família de sua esposa, Karla Ximenes. Durante o ciclo do algodão, foi construída uma estrada de ferro na região. O avô de Karla doou parte de sua propriedade para a União, para que fosse construída uma estação férrea na área, de forma que ele passou a ser beneficiado pelo escoamento da produção. O projeto do casal de artistas pretende desenvolver a região, beneficiar diretamente a população de 30 famílias e atrair o turismo no Oeste potiguar.
A restauração da estação estava indo a todo vapor. Cerca de dois anos atrás, Mocó e sua sogra alcançaram os órgãos competentes com um “calhamaço de documentação”. Segundo ele, “fomos atendidos por técnicos e a informação que tivemos é que podíamos fazer isso e que seria um bem à sociedade, já que o prédio estava em ruínas”. Então, o projeto foi tocado à frente, com compra de objetos em leilões, restauração de piso e telhados, zelo para manter o mesmo padrão e não descaracterizar nenhum elemento da estação férrea. No entanto, no último final de semana, os artistas foram notificados pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e requisitados a dar explicações do porquê o projeto seguia.
Agora o projeto, que estava sendo projetado como a “obra prima” de Mocó e Karla voltou à estaca zero. “Nos sentimos inseguros e desprovidos de qualquer defesa, porque muitos impedimentos estavam aparecendo. Agora não sei o que fazer. Estou frustrado também, porque agora o projeto está tendo outro rumo”, comentou o curraisnovense, que precisa redirecionar recursos que iam para a restauração do projeto para burocracias.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE